Governo federal investe R$ 400 mil em pesquisa inédita sobre trabalho para migrantes e refugiados LGBTQIA+
Projeto em São Paulo e Rio de Janeiro visa mapear desafios de empregabilidade e vai capacitar 100 pessoas; dados subsidiarão políticas públicas.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) anunciou o lançamento de uma pesquisa inédita focada na população migrante e refugiada LGBTQIA+ e suas relações de trabalho nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A iniciativa, detalhada na última quarta-feira (22) em reunião do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), é fruto de um Termo de Fomento de R$ 400 mil entre a Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) e a Associação LGBT+Movimento.
O projeto, que conta com apoio de emenda parlamentar e vigência até junho de 2026, tem como objetivo central produzir dados inéditos sobre este público para subsidiar políticas de inclusão, empregabilidade e combate à discriminação e à xenofobia.
Pessoas migrantes e refugiadas LGBTQIA+ podem participar da pesquisa de forma voluntária e anônima através de um formulário on-line. O estudo irá mapear em quais setores do mercado de trabalho estão inseridas, as principais barreiras para o emprego formal e analisará relatos de discriminação e transfobia.
“Com este levantamento, poderemos mapear as trajetórias de migrantes e refugiados LGBTQIA+, entender os desafios que enfrentam e identificar oportunidades de inclusão”, explicou a coordenadora-geral do Conare, Amarilis Tavares, destacando que os resultados “vão subsidiar políticas públicas mais eficazes”.
Além da coleta de dados, o projeto prevê ações diretas de capacitação profissional para 100 beneficiários nas duas capitais. Serão realizadas oficinas sobre elaboração de currículos, preparação para entrevistas e regularização documental, incluindo ajuda de custo e apoio logístico para garantir a participação de pessoas em situação de vulnerabilidade.
A iniciativa conta ainda com o apoio da Rede Milbi+ e do Laboratório de Estudos das Diferenças e Desigualdades (LEDD/Unicamp). Segundo Nathalia Antonucci, coordenadora da LGBT+Movimento, o projeto une pesquisa acadêmica e ação social. “A coleta de dados nasce do território e das experiências reais das pessoas migrantes LGBTQIA+. Produzir dados é essencial para transformar políticas públicas em instrumentos de inclusão e dignidade”, afirmou.





