Justiça manda suspender venda de jogo em que Bolsonaro mata LGBTs e outras minorias
Personagem inspirado em presidenciável tem a missão de também exterminar mulheres, negros e integrantes de movimentos sem-terra.
Lançado em 5 de outubro, em plena corrida eleitoral, o game foi criado pela BS Studios e é investigado desde a semana que foi colocado à venda. Para Ciarlini, “verifica-se que o conteúdo manifestado, de forma expressa e impactante pelo jogo eletrônico em questão, promove desvalores como a discriminação racial, bem como a opressão, o preconceito e a violência, inclusive a prática de homicídio e intolerância”.
O game segue o estilo de um beat’em’up no estilo clássico dos tempos de fliperama. O jogador controla o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em cenários onde ele deve enfrentar pessoas LGBT, além de mulheres, negros e integrantes de movimentos sem-terra. Para o MPDFT, “Bolsomito 2K18” viola direitos de mulheres, negros, LGBTs, integrantes de movimentos sociais e parlamentares.
O MPDFT teve seu pedido de urgência de suspensão indeferido em primeira instância, mas obteve a decisão favorável após recorrer do caso. No início de dezembro, Frederico Meinberg disse que o jogo expunha o Brasil de uma forma negativa no cenário internacional. O jogo está disponível para compradores de fora do Brasil e, inclusive, tem legendas em inglês e espanhol.
Meinberg celebrou a decisão da Justiça. “A decisão do desembargador Álvaro Ciarlini é paradigmática ao firmar precedente no sentido de que manifestação do pensamento na internet não abrange o discurso de ódio e servirá como precedente para futuras decisões do Poder Judiciário brasileiro”, declarou o promotor.
O Gay1 entrou em contato com a Valve, mas não obteve resposta até o momento. No Steam, o jogo segue à venda, mas agora com o nome “BOLSOMITO” – o 2K18 foi retirado. O BS Studios não foi encontrado para comentar o caso.