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Zagueira ‘transexual’ de Samoa Americana diz querer ajudar o país

Ilhas do Pacífico disputam uma improvável vaga no Mundial do Brasil e revelam a paixão pelo futebol

Por Andrei Kampff

Ainda faltam cerca de 900 dias para a Copa do Mundo do Brasil, mas as eliminatórias já acontecem do outro lado do mundo e revelam histórias surpreendentes. É o caso, por exemplo, das ilhas do Pacífico, que brigavam pela chance de disputar com outros países da Oceania e, depois, com o quarto colocado de Caribe, América do Norte e Central uma única vaga no campeonato. Samoa, Samoa Americana, Ilhas Cook e Tonga jogaram entre si em busca da possibilidade de vir ao Brasil em 2014. Uma disputa marcada por histórias como a de Jahya. A zagueira de Samoa Americana é ‘transexual’, e conseguiu no campo o direito de defender a seleção masculina de seu país. Sem preconceitos. Saiba mais no vídeo acima do Jornal da Globo.

“Eu costumo dizer que já alcancei meus sonhos, mudando a história do futebol de Samoa Americana e ajudando outras pessoas que se sentem diferentes. Eu quero ajudar mais gente. Não apenas transexuais, mas todos que se sentem discriminados de alguma forma. Eles precisam ir à luta e alcançar sonhos” diz a zagueira.

Jahya já ajudou Samoa Americana a conseguir um feito histórico: sua primeira vitória em competições oficiais. É a pior seleção do mundo, segundo o ranking da Fifa, e que já sofreu a pior goleada da história do futebol: 31 a 0, contra a Austrália. Até as eliminatórias, Samoa Americana havia disputado 40 jogos, sendo derrotada em 38 partidas e empatado nas outras duas. Foram 292 gols contra, e apenas 21 a favor. A incrível marca durou até o duelo contra Tonga, vencido por 2 a 1.

“Nós conseguimos! Hoje nós fizemos história” comemorou um dos marcadores, Ramim Ott.

O sonho, no entanto, durou apenas até a última rodada. Com campanhas semelhantes (uma vitória e um empate), Samoa e Samoa Americana disputaram a vaga na segunda fase. E em um jogo que parecia se encaminhar para um empate sem gols, a classificação surgiu no último minuto. Diante das 345 pessoas que foram ao estádio Joseph Blatter, em Samoa, Malo marcou o gol da vitória e permitiu à seleção da casa continuar na disputa por uma vaga em 2014.

“Nem sei o que dizer. São lágrimas de felicidade. Nós vamos para a próxima fase das eliminatórias!” comemorou Faiuasso, craque da seleção de Samoa.

Jahya nasceu homem, mas de acordo com a cultura da polinésia pôde ser criado como mulher (a espécie de terceiro gênero é chamada de “fa’afafine”). Ou seja, não se caracterizou uma mudança de sexo, comum nos casos em que a nova identidade é adqurida.

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