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One Love: entenda símbolo proibido pela Fifa nas braçadeiras dos capitães na Copa

Campanha surgiu na Holanda em 2020, e suas cores representam diferentes raças, origens, identidades de gênero e orientações sexuais; ação também tem aulas sobre diversidade.

Braçadeira de Manuel Neuer em apoio à causa LGBTQIAP+. (Foto: Federação Alemã de Futebol)
Braçadeira de Manuel Neuer em apoio à causa LGBTQIAP+. (Foto: Federação Alemã de Futebol)

O símbolo One Love tornou-se pivô de um embate político entre seleções europeias e a FIFA, desde as vésperas da Copa do Mundo. A imagem viria marcada na braçadeira dos capitães de pelo menos sete equipes no Catar, mas que foram demovidas da ideia após a entidade máxima do futebol ameaçar a aplicação de punições esportivas – com cartão amarelo – aos atletas que a utilizarem. Mas afinal, o que é o One Love?

O símbolo da One Love tem um coração pintado em listras de seis cores e o número 1 ao centro da imagem. É colorido, mas não o arco-íris específico da bandeira LGBTQIA+ – considerando o espectro de cores visível ao olho humano.

No caso da One Love, a mistura de cores retratada simboliza diferentes raças, origens, identidades de gênero e orientações sexuais. No vermelho, preto e verde está o símbolo de raça e origem. No rosa, amarelo e azul… estão representadas todas as identidades de gênero e orientações sexuais.

Detalhes de uma das braçadeiras da One Love, formulada pela Holanda. (Foto: One Love / Reprodução)
Detalhes de uma das braçadeiras da One Love, formulada pela Holanda. (Foto: One Love / Reprodução)

A campanha começou especificamente dentro do futebol holandês, no dia 26 de setembro de 2020, com uma carta aberta assinada por mais de 60 representantes de clubes de futebol. Ela tem o lema inspirado em uma citação de Nelson Mandela – de que “O futebol tem o poder de unir as pessoas” – e faz parte de uma campanha ainda mais ampla: a “Ons Voetbal Is Van Alles”.

A Ons Voetbal é um plano de ataque da Holanda para combater a discriminação no futebol. Foi construído como resposta a um caso de racismo contra o atleta Ahmad Mendes Moreira, durante um jogo entre FC Den Bosch x Excelsior, em novembro de 2019, e está baseado em três pilares: prevenção, identificação e sanção.

Desde o ano passado, a One Love também se transformou em um programa de treinamento e plataforma online com foco no ensino sobre diversidade para equipes de base. O programa tem o intuito de ajudar as associações a se tornarem mais inclusivas, além de aumentar a conscientização sobre diversidade e a perspectiva de ação de dirigentes, treinadores e árbitros.

Iniciativa One Love, no futebol da Holanda. (Foto: One Love / Reprodução)
Iniciativa One Love, no futebol da Holanda. (Foto: One Love / Reprodução)

O uso do símbolo

Desde 2020, o One Love tem sido representado nas competições do futebol holandês. A seleção nacional o vestiu pela primeira vez em novembro de 2020, em uma partida contra a Espanha, e depois repetiu o gesto durante as Eliminatórias do Mundial, em março, e nos amistosos de maio a junho de 2021.

Uso da braçadeira One Love durante o Campeonato da Holanda. (Foto: Feyenoord / Reprodução)
Uso da braçadeira One Love durante o Campeonato da Holanda. (Foto: Feyenoord / Reprodução)

Em setembro, por fim, recebeu o apoio de outros nove países: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Inglaterra, França, Noruega, País de Gales, Suécia e Suíça. Ela chegou a ser utilizada em jogos internacionais, mas às vésperas da Copa houve mudanças – como no caso da França, que desistiu da ideia após o capitão Hugo Lloris dizer que respeitaria as leis do Catar.

Harry Kane Inglaterra braçadeira. (Foto: Getty Images)
Harry Kane Inglaterra braçadeira. (Foto: Getty Images)

O país sede da Copa tem problemas relacionados aos direitos humanos, como no caso dos trabalhadores migrantes e da postura sobre os direitos das mulheres e de pessoas LGBTQIA+. A Código Penal do Catar, por exemplo, proíbe der LGGBTQIA+ com pena de morte.

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