Brasil

Disque-denúncia contra homofobia quer coibir preconceito em Araraquara, SP

Atualmente, segundo assessoria, há dois registros de homofobia na cidade.
Serviço promoverá ações que garantem os direitos de LGBTs.

Por Felipe Turioni

Foi lançado nesta quinta-feira (17), Dia Mundial de Luta Contra Homofobia, em Araraquara (SP), um serviço de disque-denúncia contra casos de preconceito e violência a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. O ‘Denuncie Homofobia’ foi apresentado durante o lançamento da campanha ‘Araraquara Sem Preconceito’, que pretende promover ações que garantam a cidadania e os direitos humanos de LGBTs. Os casos podem ser relatados pelo telefone (16) 9751-3567.

Segundo Paulo Tetti, assessor de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual, a campanha visa dar apoio a quem sofre discriminação. “Além de buscar garantias sobre a dignidade dessas pessoas, queremos que as pessoas façam as denúncias e se sintam preservadas pelo fato de não precisarem se identificar”, explica.

De acordo com Tetti, atualmente, há dois casos de homofobia sendo acompanhados pela assessoria na cidade. “Muita gente não denuncia porque não são assumidas, por medo dos próprios pais. O número de registros de preconceito na cidade ainda é baixo. Nossa proposta é fazer com que as portas se abram para a minoria”, diz.

Travesti espera que denúncias diminuam a discriminação (Foto: Felipe Turioni)Raquel de Paula espera que denúncias diminuam
a discriminação (Foto: Felipe Turioni)

Serviço
As denúncias que serão recebidas pelo telefone serão acompanhadas pela Assessoria de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual e encaminhadas para a Delegacia da Mulher, para registro de boletim de ocorrência. “Vamos verificar todas as denúncias, e as que envolverem preconceito e violência serão enquadradas na lei contra a discriminação”.

A lei estadual 10.948 pune toda manifestação de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica, contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.

Para a travesti Raquel de Paula, o disque-denúncia deve ajudar na redução da discriminação. “Estamos tentando quebrar todos os preconceitos e vamos conseguir”, diz. De acordo com ela, a maior dificuldade é a falta de união. “Tem gente que é, ri da nossa cara, mas não se assume e ficamos cada vez mais isoladas”, lamenta.

A campanha lançada nesta quinta-feira pretende também atuar na capacitação de professores de escolas municipais e também deve ser levada para servidores da Saúde, Cultura e Guarda Municipal. “Nossa ideia é reduzir os índices de bullying e homofobia nas escolas e na cidade”, diz Tetti.

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