Foto: Michael Steele/Getty Images
Torcida no Castelão.
A Fifa confirmou que está examinando casos de gritos de homofobia em jogos da Copa-2014, entre eles, as duas partidas do México contra Camarões e o Brasil. A estreia mexicana já é motivo de procedimento de investigação, e pode render uma punição, provavelmente uma advertência. No caso da partida brasileira, por enquanto, a federação internacional prometeu analisar todas as informações que chegaram a ela.
O problema são os gritos das torcidas quando os goleiros cobravam um tiro de meta. Os mexicanos, em bom número no Castelão, começaram a gritar “Puto!” contra Júlio Cesar, como acontece em alguns jogos de futebol no país. A torcida brasileira devolvia quando o goleiro Ochoa era o responsável pela reposição de bola.
Esse termo, no México, é usado pejorativamente contra homossexuais. O caso foi revelado pelo jornal “Daily Telegraph”, e confirmado pela Fifa. Segundo a reportagem, Brasil e México devem escapar apenas com uma advertência, por se tratar de um primeiro problema. A situação dos mexicanos, porém, pode ser mais complicada.
O técnico do México, Miguel Herrera, ameniza polêmica. “Me parece que não é algo grave. Vemos que a cada vez que há uma expulsão ou uma marcação errada, dizem tudo quanto é coisa para o pobre do árbitro. Se for assim, teria que multar as equipes a cada partida. Então me parece que não é por aí. Há coisas mais importantes que solucionar uma expressão de uma pressão ao goleiro adversário que o México faz há tempos”, ressaltou o treinador.
Além de Brasil e México, os torcedores de Rússia e Croácia também estão na mira da Fifa. A entidade recebeu denúncias de conteúdo racista e antissemitas em cartazes exibidos por russos e croatas nos primeiros jogos de suas equipes na Copa do Mundo.
Piara Powar, membro da Força-Tarefa antirracismo da Fifa, disse ao jornal inglês que as imagens precisam ser investigadas, e atitudes rígidas deverão ser tomadas caso se confirmem as acusações sobre racismo e homofobia.
“O nível de homofobia em alguns jogos é também totalmente inaceitável. Precisamos de uma educação rápida antes que isso saia de controle”, afirmou o executivo ao The Telegraph. A conduta dos torcedores russos é motivo ainda maior de preocupação, porque a próxima Copa do Mundo será disputada na Rússia, em 2018.