Educação

Diretora de escola na Inglaterra é ameaçada de morte após se posicionar contra homofobia

Do Gay1*

Foto: David Sillitoe

Sarah Hewitt, diretora da escola primária Anderton Park, diz que “Cavalo de Troia” não acabou.

A diretora de uma escola em Birmingham, na Inglaterra, revelou uma “nova conspiração” nas escolas britânicas depois de receber ameaças de morte por ter se posicionado contra a homofobia. Após o polêmico caso “Cavalo de Troia”, no qual um documento anônima orientava militantes islâmicos a tomarem frente dos conselhos administrativos das escolas estatais e colocar em prática valores islâmicos, a diretora denunciou a existência de “uma nova campanha de intimidação”.

Além das ameaças de morte contra diretora, animais mortos foram colocados no pátio de outras três escolas públicas como forma de coação. Segundo informações da Associação Nacional de Diretores, extremistas linha-dura de fora das escolas seriam os responsáveis pelos atos.

“Cavalo de Troia não desapareceu. Sabíamos que era apenas a ponta do iceberg. Ainda temos animais mortos pendurados nos portões das escolas, gatos desmembrados no pátio. Temos pessoas de fora da escola se opondo aos professores que ensinam contra homofobia. Recebemos ameaça de morte no Facebook contra mim ou ‘qualquer diretor que ensine meu filho que está tudo certo em ser gay acabará na minha espingarda’ ”, afirmou Sarah Hewitt, diretora da escola primária Anderton Park, que já informou à polícia e ao Ministério do Interior sobre o ocorrido.

Durante uma conferência em Liverpool, representantes da entidade criticaram a ação do governo na condução do caso “Cavalo de Tróia”, o que, de acordo com eles, facilitou o surgimento do novo problema. Os representantes querem que o poder público forneça uma base de dados com detalhes sobre coordenadores de escolas que não devem ser autorizados a exercer o cargo.

Cerca de 100 professores foram suspensos e estão sendo investigados no inquérito dedicado à Cavalo de Troia, aberto no ano passado, por envolvimento no exercício de práticas exclusivas. A investigação identificou colégios nos quais disciplinas consideradas “não islâmicas” foram retiradas do currículo, além da segregação de gênero que fez com que meninas foram deixadas de fora de diversas atividades.

“Não há lugar para o extremismo nas escolas continuaremos trabalhando para eliminar qualquer forma dele. Temos tomado medidas para remover pessoas das escolas que não sigam os valores Britânicos. Isso envolveu um pequeno número de pessoas e eles (os investigadores) foram muito determinados”, afirmou a secretária de educação, Nicky morgan.

*Com informações do The Guardian

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