Aluna chinesa denuncia livros que definem homossexualidade como ‘desordem’
Uma estudante universitária da província chinesa de Cantão, no sul do país, fez uma denúncia contra o Ministério da Educação (MOE, na sigla em inglês) para que elimine a descrição da homossexualidade em alguns livros de texto como “uma desordem que deveria ser tratada”.
A jovem, que utilizou o pseudônimo de Qiu Bai quando denunciou o caso para evitar ser publicamente exposta, começou a buscar respostas sobre suas dúvidas sobre sua sexualidade em uma biblioteca da universidade, publicou nesta quinta-feira a agência oficial “Xinhua”.
Então ela percebeu que quase todos os livros que consultou definiam a homossexualidade como uma desordem mental.
Alguns acrescentavam inclusive que deve ser usado um tratamento de descargas elétricas para suposta cura.
Qiu pediu ao MOE para esclarecer que regulações há a respeito que possam supervisionar tais conteúdos, mas não obteve resposta no período previsto de 15 dias.
Foi então que decidiu apresentar uma denúncia contra o Ministério em um tribunal de Pequim.
“Os homossexuais já estão sob grande pressão. Um estigma a mais proveniente dos livros de texto pode causar um grande dano. O MOE deveria cumprir com sua obrigação de supervisionar estes conteúdos”, disse Qiu.
Apesar de a China ter despenalizado a homossexualidade em 1997 e a ter eliminado da lista de doenças mentais em 2001, ainda é um tema tabu em muitas camadas da sociedade do país.