Greg Louganis lembra de homofobia na infância: ‘Socaram meu rosto’
Maior atleta dos saltos ornamentais de todos os tempos, Greg Louganis se identificou com a história da judoca brasileira Rafaela Silva, que superou o preconceito e desconfiança antes de conquistar o primeiro ouro olímpico do Brasil nos Jogos do Rio de Janeiro. O americano, que saiu do armário e é portador do vírus da HIV, disse que, quando era criança, chegou a sofrer bullying homofóbico por ter um jeito afeminado e pela cor de sua pele.
Em entrevista ao programa “É Campeão!”, do SporTV, o americano disse que chegou a ser agredido em um ponto de ônibus e usou todo o sofrimento como motivação para vencer. Louganis tem 47 títulos nos Estados Unidos, cinco mundiais, cinco medalhas olímpicas, sendo uma prata (Montreal 1976) e quatro ouros (dois em Los Angeles 1984, dois em Seul 1988).
“Eu sofri bullying quando era criança porque eu era um pouco afeminado. Eu tinha uma pela talvez um pouco mais escura e a maioria dos outros garotos tinha a pele clara. Me chamavam de outros nomes e levei uma surra quando estava no ponto de ônibus. Socaram o meu rosto contra o asfalto. Eu jurei a mim mesmo naquela ocasião porque tudo isso pode motivar muito. Eu levei no peito, assumi isso com toda a força e disse: ‘Eu vou ser o melhor em alguma coisa’. Não sabia o que era, mas eu seria certamente o melhor e mostraria isso para eles. Eu queria que o meu desempenho falasse isso por mim. Eu vivi toda a minha vida assim”, afirmou o atleta.
Foto: Reprodução/SporTV
Greg Louganis, dos saltos ornamentais.
Greg disse que, desde que entrou no esporte, só tinha como objetivo vencer. Para isso, ele lembra que ausências em treinos em consideradas derrotas. A primeira medalha olímpica veio de forma precoce, com apenas 16 anos, a prata nos Jogos de Montreal, em 1976.
“Eu consegui, quando participei da minha primeira Olimpíada, ser treinado por um vencedor de medalhas. Meu único propósito quando tinha 16 anos era conquistar a medalha de ouro. Eu ficava triste quando perdia um treino e sentia que tinha falhado. Isso serviu como motivação para me levar para frente e ser o melhor do que eu poderia ser. Dois anos depois eu fui campeão do mundo. Perdemos os Jogos Olímpicos de 1980 (devido ao boicote dos EUA) e participei de saltos em outras competições”, lembrou.