Centenas de milhares pessoas comemoraram neste domingo (9) com um colorido desfile da Christopher Street Day, a Parada LGBT de Colônia a recente aprovação no Parlamento alemão da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e se manifestaram contra a discriminação e a favor dos direitos LGBT.
O desfile foi realizado no marco de um fim de semana de comemorações, que teve início na sexta-feira com uma chuva de corações vermelhos pelo ministro da Justiça, o social-democrata Heiko Maas.
Sob o lema “Nunca mais”, os organizadores queriam prestar homenagem as pessoas LGBT perseguidas pelo regime nazista.
Um total de 175 bandeiras com as cores do arco-íris colocadas em um das pontes da cidade lembravam o artigo 175 do Código Penal, herdado do século XIX, endurecido na época nazista e não abolido até 1994, pelo qual foram abertos cerca de 64 mil processos penais contra pessoas LGBT entre 1949 e o início dos anos 90.
Em março deste ano, o Conselho de Ministros da Alemanha aprovou um projeto de lei para indenizar e anular as condenações impostas desde o final da II Guerra Mundial com base nesse artigo.
Vários políticos se somaram às comemorações, entre eles a prefeita de Colônia, Henriette Reker, que afirmou que os participantes do desfile tinham motivos para comemorar o “casamento para todos”, mas que a discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais segue presente na sociedade.
Merkel foi contra
O Parlamento alemão, com o voto contra da chanceler, Angela Merkel, aprovou no último dia 30 junho a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em uma polêmica sessão, na qual os social-democratas decidiram abalar o acordo de coalizão com os conservadores, a três meses das eleições gerais.
A iniciativa tinha ficado fora do acordo de grande coalizão firmado em 2013 e o Partido Social Democrata (SPD), que respeitou o pacto nos últimos quatro anos, advertiu que a questão seria requisito imprescindível para participar de um futuro governo, o mesmo que fizeram os liberais e os verdes.
Perante esse cenário, Merkel abriu as portas para uma “decisão em consciência” e o SPD decidiu forçar uma votação sem esperar as eleições de 24 de setembro, para a qual a chanceler deu a seus deputados liberdade de voto.