Com discursos contra LGBTfobia, “cura gay” e machismo, Karol Conka recebeu muitos aplausos durante sua participação no show estilo “empoderado” da banda colombiana Bomba Estéreo no Rock in Rio neste sábado (23).
A rapper paranaense ficou em cena por não mais que 20 minutos, mas teve a melhor resposta do público de toda a apresentação em esquema “esta é a mistura do Brasil com a Colômbia”. Tinha duas bandeiras do país vizinho erguidas por gente na plateia.
O som eletrônico, caribenho e muito tropical do Bomba Estéreo até fazia o povo dançar como se fosse cumbia diante de um Palco Sunset com lotação mediana. Faltava, talvez, um hit mais conhecido ali.
Se não for pra :TOMBAR ela nem vem! <3 #RockInRioNoMultishow pic.twitter.com/MT0xrCDqUz
— Multishow (@multishow) 23 de setembro de 2017
Mas então veio Karol, e a coisa melhorou. Com forte presença (cabelão rosa e capa nas cores do arco íris), ela cantou em castelhano, junto com os colombianos, a música “Flower power”, dedicada às mulheres pela vocalista Liliana Saumet.
Com versos como “Soy un ser vulnerable pero libre como el viento / Lleno de energía poderoso en pensamiento” (“Sou um ser vulnerável, mas livre como o vento / Cheio de energia, poderoso em pensamento”), a faixa teve muitos aplausos.
Mas eles só foram aumentar em definitivo quando Karol cantou suas próprias, como “É o poder” e o hit “Tombei” (que foi precedida pelo discurso contra a o juiz do Distrito Federal que deu limitar para “reversão” da sexualidade de pessoas LGBT, conhecido como “cura gay”.
“O amor é a única cura para uma das doenças mais graves da humanidade, que é a homofobia”, disse Karol.
E, finalmente, veio “Lalá” (a do sexo oral).
O comentário da cantora antes desta foi bastante bem-humorado. Falou: “Pare com essa língua de gesso, Brasil. O prazer da mulher não pode ser censurado”.
Lançada em junho, faixa fala de uma mulher que quer ser “bem atendida”, fala em “direitos de prazer iguais” e rima “lambida” com “saliva” e com “sativa”. Nesta, Karol chamou Liliana Saumet para cantar junto. Bom momento de integração, algo que poderia ter rolado mais.
Depois dessa, a rapper foi embora – e parte do público foi junto. Deu tempo de o Bomba Estéreo mostrar só mais uma. Ninguém teria reclamado se Karol tivesse ficado até o final.