Cabeleireiro de MS foi torturado e assassinado porque era gay, diz polícia
Três estão presos. Um confessou que agrediu até a morte o jovem porque não aceita pessoas LGBT.
O cabeleireiro de Dourados Heberson Júnior Cavalcante de Almeida, de 23 anos, foi morto porque era gay. Ele também teve o carro roubado e levado para o Paraguai. É o que aponta a investigação da Polícia Civil, que prendeu três suspeitos do crime. A faca usada foi apreendida.
De acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (27) pelo Serviço de Investigações Gerais (SIG), da Polícia Civil, um dos presos, o mais velho dele, de 30 anos, confessou que esfaqueou Heberson “porque tem aversão a homossexuais”, fala o delegado Rodolfo Daltro.
Morte
Heberson foi encontrado morto em uma construção abandonada no dia 13 de agosto. Ele foi levado para o local por volta das 23h (de MS) do dia 10, ao ser rendido pelo suspeito mais novo, de 23 anos, quando saía de uma conveniência onde tinha ido comprar um refrigerante.
Segundo a polícia, o bandido deixou o cabeleireiro no cativeiro para o comparsa ajudar a cuidá-lo enquanto o carro dele era levado para Capitán Bado, no Paraguai.
Cerca de uma hora depois, conforme relato do próprio homem que confessou o crime, ele agrediu Heberson até a morte com golpes de faca por causa da orientação sexual da vítima. Na versão dele à polícia, ele não gosta de pessoas LGBT porque se desentendeu com colega de cela que era gay, ao ficar preso por nove anos.
Roubo
A polícia chegou até o trio após descobrir que o carro da vítima havia sido vendido no Paraguai. O veículo havia sido levado de Dourados para lá por outro suspeito preso, de 29 anos.
De acordo com o SIG, o suspeito que rendeu Heberson e o que levou o carro dele para o país vizinho disseram que tinham interesse somente no roubo do veículo e que não sabiam que ele seria morto, apesar de ter deixado o outro envolvido no crime no cativeiro com uma faca.
Heberson era de Dourados, morava em Campo Grande e tinha à cidade natal para atender antigas clientes.
Os três foram autuados por latrocínio, que é o roubo seguido de morte, e também por associação criminosa.
A investigação da polícia revelou ainda que os três participaram de um assalto a um taxista dois dias antes. O trabalhador reagiu e conseguiu escapar.