São Paulo

Santos receberá o primeiro centro de acolhimento a pessoas LGBTQI+ da Baixada Santista

Projeto está em fase de discussão para mapeamento de imóveis públicos aptos a receber a iniciativa.

Antigo prédio do Ambulatório de Especialidades de Santos é estudado para receber centro de acolhimento LGBTQI+. (Foto: Reprodução/Google)
Antigo prédio do Ambulatório de Especialidades de Santos é estudado para receber centro de acolhimento LGBTQI+. (Foto: Reprodução/Google)
Agora temos motivos para celebrar uma nova iniciativa organizada pelo Conselho de Cultura (Concult) da Prefeitura Municipal de Santos, no litoral de São Paulo. O projeto, pioneiro na Baixada Santista, visa a instalação do primeiro centro de acolhimento à pessoas LGBTQI+ que foram vítimas de violência ou expulsas de casa.

Atualmente, o Concult e a Prefeitura Municipal estão trabalhando para mapear e elencar espaços públicos ociosos e que poderiam atender às demandas da população na cidade. Os órgãos responsáveis realizam, também, reuniões mensais e abertas à sociedade, a fim de discutir e organizar o projeto, a fim de que ele seja adequado às necessidades da população em risco.

De acordo com o presidente do Concult, Junior Brassalotti, cerca de 150 imóveis da Prefeitura de Santos foram mapeados e estão sendo estudados para que recebam o projeto. Uma das propostas é de que o prédio do antigo Ambulatório de Especialidades (Ambesp) na Rua Gonçalves Dias, no Centro da Cidade, seja utilizado para receber o espaço.

“É um espaço imenso e que, atualmente, está ocioso. Em um espaço como aquele, seríamos capazes de receber não só um centro de acolhimento para pessoas LGBTQI+, como também para artistas em trânsito na cidade, um hotel solidário. Não daria só um abrigo à essa população como também levaria vida ao Centro da cidade”, afirma o presidente.

Uma das inspirações para a iniciativa é o espaço Casa 1, uma república de acolhimento e centro cultural destinado à pessoas LGBTQI+ instalado em São Paulo. Brassalotti afirma que a instalação da Capital é um projeto de sucesso, que funciona com a colaboração entre as autoridades e a sociedade civil. “Apesar de precisar de doações, a Casa 1 é um projeto que foi implementado e funciona bem. Há exemplos de sucesso também em Nova York e em Berlim. Precisamos urgentemente de um espaço como esse na nossa cidade, que também atenderá pessoas de outras cidades da região”.

“O que mais precisamos em Santos é que haja compreensão da população em relação à necessidade desse projeto. Parte da sociedade acha que não é preciso pois não enxerga a necessidade dessas pessoas que estão em situação em risco. Existe um preconceito social que precisa ser derrubado para que possamos avançar”.

A proposta de instalação de um espaço de acolhimento está previsto no Plano Municipal de Cultura, sancionado em 2017. Além do mapeamento dos imóveis, a Concult realiza encontros mensais para a discussão de medidas destinadas à implementação do projeto. A próxima discussão acontecerá no Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS), na Avenida Senador Pinheiro Machado, 48, no bairro Vila Mathias, em Santos.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Santos informou que foram iniciadas conversas para que seja realizado mapeamento de possíveis imóveis que tenham condições de receber o abrigo. Após esta fase, ainda será necessária a elaboração de um projeto que atenda tal finalidade.

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