Congresso dos Estados Unidos pode ter a primeira drag queen eleita
Maebe A. Girl se identifica como gênero fluido e revela que começar a fazer drag há cinco anos a fez entender melhor sua identidade de gênero.
Maebe A. Girl faz suas campanhas pelas ruas de Los Angeles com perucas e figurinos coloridos e extravagantes, mas não quer ser tratada como uma piada: a drag queen está concorrendo para o Congresso dos Estados Unidos.
“Demorou para as pessoas me levarem a sério, entenderem que não estou fazendo isso só para aparecer, mas como uma declaração. Estou fazendo isso para participar de uma eleição e vencer”, conta Maebe, em entrevista à “People”.
“É claro que poderia concorrer sem estar em drag. Mas eu escolhi estar em drag porque minha voz ganha mais força. As pessoas não conseguem te ignorar. A ironia nisso tudo é que, para a sociedade, nós somos completamente ignorados”, opina.
A representatividade LGBTQI+ no governo foi o que motivou Maebe a anunciar em junho que concorreria contra o democrata Adam Schiff pela cadeira do 28º distrito da Califórnia na Câmara dos Representantes.
Maebe afirma não ter nada contra Adam Schiff, mas acredita que ele não é o melhor representante para um distrito com áreas como West Hollywood e Burbank. “Nós LGBTQIs merecemos representatividade como qualquer outra pessoa. Representatividade real. Isso significa ter membros da comunidade na política e não somente aliados”, pondera.
Maebe se identifica como gênero fluido e revela que começar a fazer drag há cinco anos a fez entender melhor sua identidade de gênero. “Eu comecei a entender como eu gostava de estar em drag e como aquilo não era só uma fantasia. Era uma extensão natural de mim”, conta.
Se eleita, uma das grandes preocupações de Maebe será o cuidado com a população de rua. Em Burbank, o número de desabrigados subiu 40% nos últimos anos, chegando a um total de 286 pessoas vivendo nas ruas. Maebe pretende criar casas mais financeiramente acessíveis, além de prover recursos para o tratamento de vícios e saúde mental da população. “Eles são como eu e você”, defende.
“Com a minha eleição, quero ajudar a unir as minorias e mostrar que se ficarmos juntos, podemos conquistar muitas coisas. Recebo várias mensagens de pessoas que dizem se inspirar em mim e é isso que me dá força para continuar. Quero mostrar aos jovens LGBTQI+ que eles são tão importantes que se quiserem concorrer ao Congresso, eles podem. E podem vencer também”, conclui Maebe.