Expositores, apresentações, DJs, estandes com produtos artesanais, drags queens e shows de Léo Áquilla e Glória Groove agitaram a 2ª edição da Feira Cultural da Diversidade LGBT de Brasília, no último sábado, 27, na Torre de TV.
O evento começou as 10 horas com um café da manhã e uma roda de conversa sobre empreendedores LGBT. Enquanto no palco, artistas locais alternavam nas apresentações. Mais de 30 mil pessoas passaram pelo local, segundo a organização.
Entre apresentações e falas, o público sempre levantava coro de “Ele Não” e “Fora Bolsonaro” contra o atual governo, que tem perseguido a população LGBT. Um “Lula Livre” também foi puxado no evento.
O último show e o mais esperado foi da drag Glória Groove que cantou suas principais músicas. Também se apresentou a transexual cantora Leonora Áquilla. Artistas do DF, como Pikineia e Ruth Venceremos, também animaram o público.
Mauricio Martins, um dos organizadores da feira e presidente da JUDHI-LGBT, destaca que o evento mistura fervo com cultura e políticas LGBT. “Aqui é onde os artistas LGBT tem portas abertas, enquanto em outros lugares fecham. É onde o consumidor LGBT será bem tratado, enquanto nos outros lugares nem produtos voltados para nós tem”, frisa o jovem, que destaca também que o evento é uma oportunidade para artistas LGBT locais.
Durante a Feira, foram arrecada 8 toneladas de alimentos que serão doados a famílias carentes da cidade e para instituições de amparo à pessoas LGBT em vulnerabilidade.
Nas tendas, mais de trinta expositores com produtos e serviços valorizaram a economia criativa com peças de arte, artesanato, decoração, design, moda e beleza e era possível encontrar os mais diferentes artigos. Quadros, itens de sexy shop, chaveiros, camisetas e muito mais à disposição do público. A maioria dos itens nas cores do arco-íris ou com mensagens de respeito aos direitos LGBT.
O Gay1, em parceria com a Lá Fiesta Produções, também teve uma tenta na feira, onde os frequentadores tiverem experiências com a arte do corpo humano. “A pessoa entra de olhos vendados e pode tocar qualquer parte do corpo dos nossos modelos que estão só de sungas. Mas não pode colocar a mãe dentro da vestimenta”, afirma Airton Varala da produtora de festas voltada ao público LGBT.
“Gostei muito da atividade. Quando me falaram que tinha uma pessoa lá dentro e que eu poderia pegar no corpo dela, achei meio estranho. Mas fui e achei incrível a sensação de tocar alguém, ainda mais com um corpão”, comemora o estudante Filipe Castro, de 19 anos, que tinha acabado de sair da tenta e tirado uma foto no banner do Gay1.
Para Patricia Valentini, de 22 anos, que estava na fila para entrar na tenda do Gay1 e da Lá Fiesta, o toque no corpo de outra pessoa pode ser o primeiro passo para quebrar tabus. “Vim com amigas, sou heterossexual e lá dentro tive a experiência em pegar em um homem e também em uma mulher e achei muito foda tocar outro corpo feminino, outros peitos. Apensar de gostar de homem, curti mais pegar na mulher pela curiosidade”, comenta a jovem atendente.
A Feira da Diversidade LGBT faz parte do projeto “Brasília sem LGBTfobia” e é um dos principais meios de expressão da cultura LGBT e de luta social por espaços e direitos.