Vereador de BH Gabriel Azevedo fala sobre como é ser homem bi: “Natureza humana”
Nas redes sociais, vereador pela Patriota falou de bissexualidade.
O vereador de Belo Horizonte Gabriel Sousa Marques de Azevedo (Patriota) publicou neste domingo uma análise em suas redes sociais contando sobre como é ser um homem bissexual. A publicação faz referência Dia Internacional contra à LGBTfobia e tenta responder ao questionamentos que ele diz sempre receber: por quê?
No texto, Azevedo afirma que suas escolhas são da natureza humana. “Somos diversos”, diz, e aponta que as pessoas lidaram de forma diferente quando viram fotos que publicou com sua namorada e, depois com um namorado, o que denota bifobia — quando há preconceito contra uma pessoa por ser bissexual. E aproveitou para mandar um recado ainda para os homens bi que não se sentem à vontade para falar publicamente sobre a orientação sexual.
“O amor precisa de transparência. Compreendo o desejo, até mesmo o fetiche, de viver com a sexualidade em segredo. Há quem não sinta nada negativo quanto a isso. Contudo, há muita gente que sofre por levar uma vida assim. Viva a vida. Você merece”, disse o vereador.
Ser homem bi: preconceitos e medos
Contar publicamente sobre a bissexualidade pode ser uma tarefa socialmente complicada. Associados à promiscuidade e infidelidade nas relações, entre outros estigmas, pessoas bissexuais podem se sentir envergonhadas ou com medo de falar sobre a orientação sexual. Ainda sofrem com comentários bifóbicos como “você ainda vai se decidir” ou ouvem que se relacionam com homens e mulheres porque é “uma modinha”.
Gabriel aponta que o mesmo estereótipo recai sobre mulheres e homens bi dentro de relacionamentos, mas de formas diferentes.
“Quando uma mulher conta para um homem que é bissexual, até pela quantidade robusta de material pornográfico que consumimos com duas mulheres (sejam sinceros), a sensação é de loteria premiada. A sociedade compreende muito mais sob o ponto de vista masculino, inclusive”, escreve.
“Por outro lado, quando um homem se compreende bissexual, não é exatamente a mesma percepção. Por qual razão? Por construções sociais que fazemos. Claro, a visão sobre as mulheres também não é algo que sempre existiu, mas foi compreendida com o tempo. Estimulada.”
“Minha sexualidade gera curiosidade”
No texto, Gabriel também acredita ser importante fazer um posicionamento sobre sua sexualidade, apesar de compreender que o assunto é de foro íntimo e que só diz respeito a ele mesmo.