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Papa Francisco defende leis para união civil entre pessoas do mesmo sexo

Pontífice fez declaração em documentário; líder da Igreja Católica já fez acenos à comunidade LGBTQIA+, mas gesto é o mais enfático de seu Papado.

Papa Francisco teve uma conversa particular com Juan Carlos Cruz na semana passada, para falar sobre os abusos que sofreu de um padre durante sua infância (Foto: AFP)
O Papa Francisco. (Foto: AFP)

O Papa Francisco manifestou apoio à criação de leis a garantir a união civil de pessoas do mesmo sexo, segundo a Agência de Notícias Católica. A declaração foi feita no documentário “Francesco”, exibido na capital italiana nesta quarta-feira como parte do Festival de Cinema de Roma. É o gesto mais enfático de Francisco aos direitos LGBTQIA+ desde sua ascensão ao Papado, em 2013.

Na produção, de acordo com a agência, o Papa defende que casais do mesmo sexo devem ter o direito garantido por lei. A Igreja Católica é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas o Pontífice fez diferentes acenos à inclusão de pessoas LGBTQIA+ na sociedade. As declarações representam um ponto de virada em relação ao posicionamento de seus antecessores, incluindo o Papa Emérito Bento XVI, recluso no Vaticano.

— O que precisamos criar é uma lei de união civil — disse Francisco. — Dessa forma, eles estarão legalmente protegidos. Eu me coloco a favor dessa ideia.

O Pontífice se manifestou, ainda, a respeito do direito de LGBTQIA+ de constituir família:

— Homossexuais têm direito de fazer parte de uma família. Eles são filhos de Deus e têm o direito de constituir uma família Ninguém deve ser expulso ou ser forçado à infelicidade por conta disso.

Parte do documentário, dirigido por Evgeny Afineevsky, é voltado para a atenção pastoral à comunidade LGBTQIA+. Francisco também comenta outros temas sociais que representam desafios ao dogma da Igreja.

Enquanto arcebispo de Buenos Aires, em 2010, o Papa se posicionou de forma contrária à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo no governo de Cristina Fernández de Kirchner, atual vice-presidente da Argentina.

Segundo a Agência de Notícias Católica, o biógrafo de Francisco, Sergio Rubin, sugeriu que o religioso apoiava a ideia da união civil LGBTQIA+ como uma forma de frear uma lei mais abrangente que autorizasse, inclusive, o matrimônio. As declarações foram posteriormente negadas quando o argentino chegou ao posto mais importantes da Igreja, mas seu posicionamento revelado em “Francesco” parece indicar que, ainda como Cardeal Bergoglio, o Pontífice defendeu privadamente a tese na Argentina.

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