Minas Gerais

Duda Salabert denuncia transfobia em shopping de BH: “Só atendemos mulheres”

Segundo vereadora, funcionárias de salão de beleza se negaram a atendê-la por ser mulher trans.

Segundo vereadora, funcionárias de salão de beleza se negaram a atendê-la por ser mulher trans. (Foto: Reprodução/Instagram)
Segundo vereadora, funcionárias de salão de beleza se negaram a atendê-la por ser mulher trans. (Foto: Reprodução/Instagram)

A vereadora Duda Salabert (PDT) usou as redes sociais para denunciar um caso de transfobia que teria acontecido na tarde desta segunda-feira (25) em um salão de beleza do Shopping Cidade, localizado em Belo Horizonte (MG). Segundo Duda, as funcionárias se negaram a atendê-la por causa de sua identidade de gênero; Salabert é uma mulher transexual.

Ao site uol, a vereadora confirmou que o caso aconteceu por volta das 14h dessa segunda. Ao pedir para fazer o design de sua sobrancelha, as duas funcionárias do salão recusaram o atendimento. “Elas me disseram que só atendiam mulheres”, relembra Duda.

A vereadora diz que, após o episódio, encaminhou-se diretamente ao SAC (setor de atendimento ao cliente) do shopping para relatar o caso e fazer uma denúncia formal. “Eles se desculparam comigo e, em troca, cobrei que a gerência realizasse um evento de sensibilização dos funcionários sobre a causa LGBTQIA+”, conta.

No Twitter, a vereadora publicou um post a respeito do ocorrido. Duda preferiu não divulgar o nome do estabelecimento para evitar boicote ao local: “Tenho a concepção de que conscientizar é mais importante do punir”. Ela ainda não registrou um boletim de ocorrência sobre o fato, porém prepara-se para apresentar uma denúncia formal sobre o episódio nesta quarta-feira (27), ao DECRIM, delegacia especializada em questões de gênero.

“Violências como essa são comuns”

O caso de transfobia acontece três dias depois da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais manter o veto do governador Zema (NOVO) contra o projeto de lei que previa punição financeiras aos estabelecimentos que discriminassem clientes por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

“Nós, pessoas trans, sofremos preconceito diariamente. Fazem parte do nosso cotidiano. O que pode chocar a sociedade, já não nos choca. Lógico que este episódio me deixou abalada e feriu minha dignidade, mas convivo com situações parecidas há muito tempo”, falou a vereadora.

A vereadora ainda revelou que prefere não denunciar a maior parte dos casos de transfobia que sofre. “Depois que fiz o post no Twitter, recebi uma série de comentários maldosos e ofensivos sobre o que aconteceu. Chegaram a defender a loja; acho que as pessoas se esquecem que transfobia é crime.”

Entendo que como figura publica que sou, é importante para gerar números sobre a violência contra transexuais, por isso denunciei. Caso contrário, teria ficado quieta; os ataques que recebo depois dessas denúncias é desestimulador

Duda Salabert

Vale reforçar que, de acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), o crime de transfobia é inafiançável e equiparável ao racismo. A pena varia de um a três anos.

Shopping se pronunciou sobre o episódio

Através de nota, o Shopping Cidade afirmou “repudiar a prática discriminatória”. “Diante da denúncia recebida, a equipe da administração do Shopping Cidade acolheu prontamente a cliente Duda Salabert e assumiu o compromisso em apurar e atuar na conscientização deste e de outros lojistas para evitar que a situação se repita”, escreveu o estabelecimento.

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