A censura ao beijo entre as personagens Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman), cena que deveria ter ido ao ar no capítulo de quarta-feira (10) de Vai na Fé, foi decidida pela cúpula de dramaturgia da Globo. A interpretação é de que o beijo poderia afastar o público mais conservador, principalmente o evangélico que a trama tenta conquistar.
A equipe de edição da novela das sete, mesmo sendo contrária, cortou trecho da cena que havia sido gravada. Segundo informações do site Notícias da TV, a ordem era de que um beijo “de verdade” de ambas poderia assustar o público e causar rejeição para Clara e Helena, atrapalhando até mesmo o desenvolvimento do romance das personagens. Antes, elas já haviam dado um selinho, mas em outro contexto, para afastar homens que a assediavam.
Vai na Fé é um aceno da emissora ao público evangélico, religião com cada vez mais adeptos no Brasil. Segundo pesquisas internas, os cristãos estão aceitando muito bem a história de Sol (Sheron Menezzes).
A equipe de Vai na Fé ficou decepcionada, e Regiane Alves nem tentou esconder isso em sua conta no Twitter. Mas não era possível fazer nada para evitar a ordem superior.
Outros beijos entre personagens do mesmo sexo –como o selinho que aconteceu entre Yuri (Jean Paulo Campos) e Vini (Guthierry Sotero)– ainda podem rolar na novela das sete. A situação voltará a ser discutida entre a equipe do folhetim e o alto comando da área na líder de audiência.
Curiosamente, Vai na Fé parece ter passado da fase de buscar a aceitação do público. Na Grande São Paulo, a novela tem média de 22,3 pontos e já se aproxima dos índices de Terra e Paixão, nova novela das nove. Em outras capitais, como Salvador (BA), o folhetim já chegou a picos de 34 pontos.
Procurada para falar sobre o corte do beijo, a Globo enviou o seguinte comunicado: “Toda novela está sujeita a edição. Uma rotina que atende às estratégias de programação ou artísticas. Isso, inclusive, é sinalizado nos resumos de capítulos divulgados pela Globo”.
Rosane Svartman, autora de Vai na Fé, foi procurada para comentar o assunto, mas não respondeu até a conclusão deste texto. Caso ela se pronuncie, a reportagem será atualizada.
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