Presidente de Uganda critica Banco Mundial após suspensão de financiamento por lei anti-LGBT
O Banco Mundial disse na terça-feira que a lei, que impõe a pena de morte para certos atos entre pessoas do mesmo sexo, contradiz seus valores.
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, criticou nesta quinta-feira a decisão do Banco Mundial de suspender novos financiamentos ao país em resposta a uma dura lei anti-LGBTQIA+ e prometeu encontrar fontes alternativas de crédito.
O país terá que revisar seu orçamento para absorver o impacto potencial da medida, disse uma autoridade do Ministério das Finanças.
O Banco Mundial disse na terça-feira que a lei, que impõe a pena de morte para certos atos entre pessoas do mesmo sexo, contradiz seus valores e que suspenderá novos financiamentos até que possa testar medidas para prevenir a discriminação em projetos que financia.
O Banco Mundial tem uma carteira existente de 5,2 bilhões de dólares em Uganda, embora esses projetos não sejam afetados.
A lei anti-LGBTQIA+, promulgada em maio, atraiu críticas generalizadas de organizações de direitos humanos locais e internacionais e de governos ocidentais, embora seja popular internamente.
Museveni disse em um comunicado que a Uganda está tentando reduzir os empréstimos de qualquer maneira e não cederá à pressão de instituições estrangeiras.
“É, portanto, lamentável que o Banco Mundial e outros atores ousem querer nos coagir a abandonar nossa fé, cultura, princípios e soberania, usando dinheiro. Eles realmente subestimam todos os africanos”, disse ele.
Museveni disse que, se Uganda precisar de empréstimos, poderá recorrer a outras fontes e que a produção de petróleo prevista para começar em 2025 fornecerá receitas adicionais.
Ele acrescentou que espera que o Banco Mundial reconsidere sua decisão.