Delegado acusado de estuprar miss trans é absolvido pela Justiça

O Ministério Público de Goiás informa que vai recorrer da sentença que absolveu o delegado Kleyton Manoel Dias da imputação dos crimes de estupro e embriaguez ao volante.

Jade Fernandes afirmou que acredita ter sido dopada e que a violência sexual foi praticada no porta-malas do carro do delegado. Kleyton Dias nega as acusações. (Foto: Reprodução/Instagram)
Jade Fernandes afirmou que acredita ter sido dopada e que a violência sexual foi praticada no porta-malas do carro do delegado. Kleyton Dias nega as acusações. (Foto: Reprodução/Instagram)

Acusado de dirigir bêbado e estuprar a miss trans Jade Fernandes, em Goiânia, o delegado Kleyton Manoel Dias foi absolvido pela justiça. As provas, segundo a justiça, não foram suficientes para comprovar crimes sexual e de embriaguez ao volante.

Segundo informações da TV Anhanguera, também não houve clareza se o ato sexual — entre Kleyton e a miss —ocorreu com ou sem consentimento. Quanto à acusação de que o delegado teria dirigido bêbado, embora ele tenha afirmado ter consumido duas doses de uísque, não houve provas de que o consumo seria suficiente para configurar crime.

O Ministério Público de Goiás, segundo informações da TV Anhanguera, informa que vai recorrer da sentença que absolveu o delegado Kleyton Manoel Dias da imputação dos crimes de estupro e embriaguez ao volante. Para a promotoria, existem provas claras e robustas a respeito da materialidade dos dois delitos.

“Especificamente sobre o crime contra a dignidade sexual, na linha da jurisprudência dos Tribunais Superiores, a palavra da vítima tem grande relevância – notadamente quando corroborada pelos vestígios e provas periciais, como no presente caso – não a enfraquecendo nem mesmo eventual falta de reação enérgica ou suposto consentimento inicial dado pela vítima de estupro”, diz nota do MP de Goiás.

Acusação

A miss trans Jade Fernandes denunciou, em janeiro, ter sido estuprada pelo delegado Kleyton Manuel Dias, da Polícia Civil de Goiás, em Goiânia. Em entrevista coletiva, a modelo afirmou que teria sido dopada e que a violência sexual foi praticada no porta-malas do carro do delegado.

Em nota, a defesa de Jade Fernandes diz que tanto a materialidade do crime quanto a autoria foram comprovadas. “As provas, que incluíam depoimentos, exames médicos e outras evidências, foram devidamente analisadas pela acusação, que sustentou a culpabilidade de Kleyton”.

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