Um assessor parlamentar da CLDF, de 35 anos, denunciou ter sido vítima de homofobia em um bar da Asa Norte, em Brasília, na madrugada deste domingo (8). Segundo a vítima, o suspeito, Daniel Azevedo Moraes, um nutricionista de 38 anos, estava sentado na mesa ao lado com dois amigos, e foi preso (saiba mais abaixo).
Igor Saraiva contou que foi ao bar acompanhado de três amigas. Após se sentarem à mesa, ele afirma que o suspeito começou proferir ofensas às mulheres que o acompanhavam.
“Ele começou chamando minhas amigas de velhas, que poderiam ter sentado ali algumas novinhas, e na sequência, uns dez minutos após, uma das minhas amigas levantou e, mais uma vez, ele proferiu uma sentença de baixo calão sobre as nádegas dela”, diz o assessor parlamentar.
Em seguida, segundo Igor, começaram as ofensas homofóbicas.
“Ele terminou de atingir as minhas amigas e como não conseguiu, vieram até mim. Isso durante três horas e meia e eles proferiram ofensas homofóbicas. Eu estava de costas, nem vi a cara dos indivíduos, e por enquanto, eram só ofensas verbais. Quando ele viu que não ia me tirar do sério, começou a arremessar objetos em mim, como bolas de papéis e algo que eu não consegui identificar”.
A vítima disse que chegou a procurar funcionários do bar Caju Limão, mas não conseguiu ajuda e chamou a Polícia Militar. Em nota, o bar disse que assim que tomou conhecimento dos “graves fatos”, e que a equipe interveio imediatamente para mediar a situação e prestar todo o suporte necessário aos envolvidos (veja nota completa ao final da reportagem).
A Polícia Militar chegou ao local e prendeu o suspeito. O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, como injúria preconceituosa – sexo/gênero.
Nesta segunda-feira (9), a Justiça concedeu liberdade provisória ao suspeito, desde que Daniel mantenha distância da vítima e não volte a frequentar o bar onde ocorreu o caso.
Suspeito nega comentários
Em depoimento na delegacia, Daniel Azevedo negou ter feito comentários homofóbicos contra Igor e ofendido as amigas dele. Já o amigo do suspeito, que estava com ele no bar e também foi levado à delegacia, confirmou que o suspeito usou palavras impróprias, mas não se referia às pessoas que estavam na mesa ao lado.
O que diz o bar Caju Limão?
“Lamentamos profundamente o ocorrido em nosso estabelecimento na última noite. Assim que tomamos conhecimento dos graves fatos, nossa equipe interveio imediatamente para mediar a situação e prestar todo o suporte necessário aos envolvidos. Além disso, contatamos as autoridades competentes para que conduzissem a apuração e adotassem as medidas cabíveis.
Reforçamos que somos totalmente contrários a qualquer forma de discriminação e seguimos rigorosamente nossa política de respeito e inclusão. Estamos à disposição das autoridades para colaborar no que for preciso e reafirmamos nosso compromisso em proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para todos os nossos clientes.”