Minas Gerais

Alana do Uber, primeira candidata trans em Matozinhos, é assassinada a tiros

Homicídio aconteceu na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Responsável pelo assassinato ainda não foi identificado.

Alana do Uber foi a primeira candidata trans a vereadora em Matozinho, na Grande BH. (Foto: Reprodução/Instagram)
Alana do Uber foi a primeira candidata trans a vereadora em Matozinho, na Grande BH. (Foto: Reprodução/Instagram)

Uma mulher transexual de 27 anos foi executada a tiros na noite dessa quarta-feira (4/12) em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima, conhecida na cidade como “Alana do Uber”, estava em uma lanchonete nas proximidades da Praça São Sebastião, no Centro, quando foi surpreendida pelo atirador.

Lanna Alana foi candidata a vereadora nas eleições municipais deste ano. Através das redes sociais, recebeu uma homenagem da deputada federal Duda Salabert (PDT).

Testemunhas relataram à Polícia Militar (PM) que escutaram o barulho dos tiros. Uma delas, inclusive, informou ter visto Alana acompanhada de um homem momentos antes de ser assassinada, mas não soube dizer onde ele estava durante o crime.

Um tio de Alana contou aos militares que a vítima havia recebido uma ameaça em rede social. “Gente da minha raça corta na bala”, informava a mensagem, segundo essa testemunha.

A proprietária do estabelecimento onde aconteceu o crime informou aos militares que as câmeras de segurança estavam inoperantes em decorrência da chuva no dia anterior.

A polícia também tentou, sem sucesso, conseguir imagens de outras câmeras. Até o fechamento desta publicação, a corporação não havia identificado o responsável pelo homicídio.

A morte de Alana foi confirmada ainda no local pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML). A Polícia Civil investiga o caso.

Homenagem

Através das redes sociais, Duda Salabert lamentou a morte de Alana. “Buscando informações sobre este crime terrível, deparei-me com o do boletim de ocorrência chamando a vítima sempre no masculino – uma completa falta de respeito à identidade de Alana”, mencionou a deputada.

“Tenho lutado pela a dignidade póstuma de pessoas trans e travestis, inclusive propus ano passado um projeto de lei para que respeitem nossa identidade após a morte. Não podemos permitir que o desrespeito e a violência contra nossa identidade continue após a morte”, continuou Duda, que pediu justiça pela morte de Alana.

Questionada pela reportagem, a Polícia Militar justificou que a informação do nome social teria de ser “autodeclarada”, o que foi impossibilitado pela situação. Apesar de não fornecer o boletim, a corporação informou que os agentes “tiveram o cuidado de mencionar o nome social e a orientação sexual” no documento.

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