Política

Erika Hilton recebe ameaças de morte após vídeo contra fake news e aciona PF

Deputada fez uma postagem em suas redes sociais na qual diz que o movimento anti-fiscalização do Pix é uma “cortina de fumaça”.

Em seu vídeo, Hilton adotou estratégias de edição semelhantes às utilizadas por Nikolas Ferreira: fundo monocromático, música de suspense e outras. (Foto: Reprodução)
Em seu vídeo, Hilton adotou estratégias de edição semelhantes às utilizadas por Nikolas Ferreira: fundo monocromático, música de suspense e outras. (Foto: Reprodução)

Após publicar um vídeo sobre o Pix nas redes sociais, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), passou a receber ameaças nas redes sociais e protocolou, neste domingo (19), na Polícia Federal um pedido de abertura de inquérito para para identificar os autores dos crimes.

O que aconteceu

Perfis, ligados a extrema direita, segundo a equipe de segurança e advogados de Hilton, sugeriram que a deputada deveria ser assassinada. Um das contas, no X, afirmou que pistoleiros deveriam ser “contratados para ficar na sua cola”, e que o “Projeto Ronnie Lessa 2.0 teria que entrar em ação”. Além das ameaças, há ainda diversos comentários transfóbicos à parlamentar.

Deputada diz que quer “responsabilizar quem comete crimes”, mas sem “perder o foco” contra quem dissemina fake news. [“O foco] é espalhar a verdade sobre os fatos, combater a desinformação daqueles que querem sequestrar, fazer refém e destruir a democracia, o livre debate público, a divergência de ideias, que é completamente diferente da mentira, do ódio, das ameaças”, disse.

Vídeo de Hilton sobre Pix foi publicado no sábado e soma 60 milhões de visualizações no Instagram, e 19,5 milhões no X. A gravação tem estética semelhante à de um vídeo de Nikolas Ferreira (PL-MG) a respeito do mesmo tema divulgado no dia 14 —que passou de 320 milhões e visualizações— e faz críticas indiretas ao deputado federal.

Parlamentar defendeu a medida revogada pelo governo Lula nesta semana após postagem de Nikolas. Sem citar nomes, a deputada acusa a extrema direita de mentir à população sobre a resolução do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que alterava o monitoramento de movimentações com o Pix a partir de R$ 5.000. “O governo Lula nunca defendeu a taxação do Pix”, diz Hilton.

A deputada tem embate com Nikolas e outras figuras de direita. Ela afirma que “estão querendo que você acredite em algo que nunca existiu”, em referência ao vídeo do deputado. Na publicação feita no dia 14, Nikolas lançou dúvidas sobre as intenções do governo: “O Pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”, afirmou.

Governo editou uma nova resolução para reforçar que o Pix não será taxado. A Medida Provisória, publicada na última quinta (16), equipara o pagamento em Pix ao pagamento em dinheiro vivo, com o objetivo de evitar que os comércios cobrem taxas diferentes para os valores digitais ou em espécie.

Iniciativa da deputada não teve participação do governo. Erika Hilton afirmou que não houve contato do Executivo para produção do vídeo.

“A violência da extrema direita é conhecida por todos nós. Sinto que parte deles não se conforma com a propagação da verdade, e quer apelar para ameaças e intimidações para que eu recue. Não recuarei”

Deputada já sofreu outros ataques transfóbicos. Em outubro de 2024, o ministro do STF, Luiz Fux, determinou a reabertura da investigação sobre ataques transfóbicos após a parlamentar figurar como capa da revista Elle. Hilton também já acionou o Ministério Público Federal para cobrar uma indenização de R$ 5 milhões do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) por transfobia na Câmara.

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