Centenas de pessoas enfrentam o calor de Cuiabá durante a Parada LGBT

O tema do evento em Cuiabá foi “Homofobia tem Cura”.
Público percorreu avenidas da capital na tarde desta sexta (31).

Por Tita Mara Teixeira

Público percorreu avenidas durante a Parada da Diversidade Sexual (Foto: Tita Mara Teixeira)

Centenas de pessoas participaram da 10ª Parada da Diversidade Sexual, ou Parada do Orgulho LGBT, em Cuiabá, na tarde desta sexta-feira (31). A concentração foi na Avenida Mato Grosso e uma passeata guiada por trios elétricos seguiu pela Avenida Rubens de Mendonça (CPA) até a Praça das Bandeiras, no Centro Político Administrativo. Com o tema “Homofobia tem cura: educação ou criminalização”, milhares de pessoas solidárias com a causa se reuniram com alegria e entusiasmo diante da diversidade e manifestação.

Segundo o membro da comissão organizadora do evento, Menotti Griggi, o movimento é uma manifestação da liberdade sexual e pela criminalização da homofobia. “Vivemos em uma sociedade democrática e temos o direito de expressar as nossas escolhas. O objetivo dessa manifestação é mobilizar o poder público sobre a necessidade de se criar uma lei contra a homofobia e instigar a população a conviver com respeito à diversidade sexual”, explicou.

Ainda conforme Griggi, a homofobia precisa ser erradicada com o apoio e a conscientização da população. “É preciso que a mudança comece pela base e as crianças passem a entender que diversidade na orientação sexual é natural, é uma realidade dos nossos dias”, afirmou.

Ao lado da filha de nove anos de idade, Tuka Bonfim é simpatizante do movimento e garante querer ensinar a pequena Maria Clara a conviver com a diferença, além de saber respeitar as pessoas desde criança. “Somos uma família muita aberta, a irmã dela tem uma relação homoafetiva e queremos demonstrar o apoio a sua escolha”, afirmou Tuka.

Cadeirante participou da Parada da Diversidade Sexual em Cuiabá (Foto: Tita Mara Teixeira)

O jovem Willian da Rocha Vilela, de 17 anos, participou da parada mesmo de cadeira de rodas ao lado dos amigos e afirmou que o esforço vale à pena quando o objetivo é lutar por direitos LGBT. “A população precisa abrir a cabeça para perceber que a sociedade mudou e hoje temos como escolher o nosso jeito de ser e pensar, afinal todos somos iguais perante a Lei”.

Demonstrando sua indignação contra a homofobia, a estudante Poliana Minervina declarou ser lésbica há 12 anos e contou que sofreu quando foi a um bar com um grupo de amigas, mas a proprietária do local pediu para que elas se retirassem pois o local, segundo a dona, não era para o público LGBT. “Aquilo para mim foi uma ofensa muito grande, uma prova de como a sociedade precisa mudar seu pensamento”, relatou a jovem.

Participantes do movimento reivindicam ainda a criação do Conselho de Direitos Humanos e para que novas propostas de combate à homofobia sejam discutidas pelo governo estadual.

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