Foto: Adneison Severiano
Valdo e Daniel Brandão espancaram até a morte João Isac em Manaus.
Os irmãos Daniel da Silva Brandão, de 18 anos, e Valdo da Silva Brandão, 24 anos, são suspeitos de agredir até a morte o auxiliar de panificação João Isac Ismael da Silva, de 26 anos. A vítima, que era gay, foi assassinada na Zona Norte de Manaus em junho deste ano. A Polícia Civil disse que há indícios de homofobia no crime. “Não estou arrependido”, afirmou um dos suspeitos na delegacia.
João Isac foi assassinado na madrugada do dia 18 de junho, na Rua Tetéu, no bairro Cidade de Deus. A vítima foi brutalmente espancada em via pública.
Nos últimos 20 dias, a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) conseguiu identificar os ajudantes de pedreiros Daniel e Valdo. Eles foram presos pela polícia na terça-feira (12), na Rua Leopardo, bairro Cidade de Deus.
Segundo o delegado Luiz Rocha, os irmãos confessaram o crime em depoimento à polícia e relataram detalhes.
“O Daniel disse que estava em um pagode próximo à sua residência e disse que a vítima estava o assediando e o tocando. Ele disse que não gostou da situação e se retirou do local. Daniel disse que, quando estava próximo de casa, notou que era seguido e chamou o irmão Valdo. Foi então que eles passaram a correr atrás da vítima”, disse o delegado.
De acordo com a polícia, os dois irmãos iniciaram uma série de agressões. Para a polícia, Daniel imobilizou o auxiliar de panificação, que ficou desacordado. Valdo teria aplicado golpes com pedaço de madeira na cabeça de João Isac.
“Após o crime, eles deixaram a vítima caída e foram para casa dormir como se nada tivesse acontecido. Em parte, também foi um crime de homofobia porque eles agrediram o rapaz por causa da sexualidade”, comentou Luiz Rocha.
Valdo tinha sido preso em 2014 por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ele negou ter matado João Isac durante apresentação nesta quinta-feira (14), na Delegacia Geral. “Quem matou foi o Daniel, só fui atrás dele para parar de bater”, afirmou o ajudante de pedreiro.
Já Daniel confessou ter agredido até morte o auxiliar de panificação. “Fui eu que matei. Só eu dei paulada. Não estou arrependido e dei várias pauladas mesmo”, declarou Daniel Brandão.
A família da vítima rebateu as declarações de assédio dos suspeitos. A irmã da vítima, uma dona de casa de 35 anos, disse que João Isac era uma pessoa tranquila e dedicada ao trabalho.
“Meu irmão nunca faria isso, não iria assediá-lo. Isso é uma mentira. Mataram um inocente e que não fazia mal a ninguém. Só quero justiça”, afirmou a irmã.
Daniel e Valdo foram indiciados por homicídio qualificado. Os dois serão levados para Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus.