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“Por ser gay e negro, tive que me dedicar mais”, diz líbero da seleção

Maique, de 24 anos, é a aposta da nova geração para a seleção brasileira de vôlei.

Maique, de 24 anos, é a aposta da nova geração para a seleção brasileira de vôlei. (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)
Maique, de 24 anos, é a aposta da nova geração para a seleção brasileira de vôlei. (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

A função do líbero dentro da quadra no voleibol é defensiva. Maique Reis, do Minas Tênis Clube e também da seleção brasileira, também defende bem uma causa fundamental fora das quadras: a LGBTQIA+. O jogador de 24 anos se coloca como um braço forte na luta contra o preconceito e a LGBTfobia no esporte.

“Eu defendo minhas maiores causas que são o combate à homofobia e ao racismo. O mundo é diverso e todo e qualquer tipo de ser humano merece respeito. Você tem que dar o respeito para receber o respeito, então eu busco sempre lutar contra todo tipo de preconceito”, diz Maique em entrevista ao site uol.

Preconceito que Maique já sentiu na pele. “Já sofri ataques, estamos sujeito a isso em todo lugar e todo momento. Em quadra eu sempre me destaquei muito jogando vôlei, então já vi pais de atletas de outros times me chamando de viadinho. Cresci ouvindo isso, que me moldou e me fortaleceu. A gente vive em um mundo em que sabemos que isso acontece. Então, eu vivi esse papel importante de falar, pô, eu vou chegar lá, vou conseguir calar a boca de todos que falaram que eu era isso, aquilo. Me moldei, reformulei e estou sempre me reinventando a todo momento.”

E Maique calou a boca de muita gente. No último Campeonato Sul-Americano, realizado em setembro, ele foi um dos destaques da seleção brasileira. Ficou com o título e com o prêmio de melhor jogador da final contra a Argentina.

O que Maique agora quer é mostrar a sua história e servir de exemplo pra outras pessoas. “No vôlei, não só eu, mas tantos outros homossexuais. Não é só estar aqui, não é só jogar, a gente carrega um peso muito maior, uma representatividade enorme. Eu sou homossexual, sou preto, pobre, isso tudo vem comigo, e eu gosto de trazer isso. Não para minimizar ou me fazer de coitado, mas para mostrar minha história, mostrar que eu consegui e fui capaz, isso é importante”, diz.

“As minhas opções com certeza fizeram e fazem do meu caminho muito mais árduo. Por ser homossexual e negro, tive que me dedicar mais, mostrar mais trabalho para que eu pudesse ser respeitado, para que eu conquistasse o meu espaço. A gente acha que por ser negro e homossexual tem que fazer mais do que, teoricamente, um heterossexual, porque somos minoria. A gente acaba se entregando mais para ter esse destaque e as pessoas te olharem com respeito”

A entrevista completa pode ser conferida aqui.

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