Cerca de 200 mil pessoas se reuniram na Praça da Estação neste domingo (9) na 24ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Belo Horizonte.
O movimento trouxe como bandeira principal a urgência de ocupar a cidade “à luz do dia”, como forma de mostrar que as pessoas da comunidade também precisam de, além do respeito, serem lembradas no orçamento público. Todos e todas têm direito à saúde, educação, moradia, emprego e lazer.
O evento contou com 50 atrações de Belo Horizonte no palco principal, além de cinco trios elétricos, que saíram em cortejo até a Praça Raul Soares, no Barro Preto, na Região Centro-Sul da capital.
Durante os shows, participantes gritavam palavras de ordem pedindo por respeito e inclusão.
Além disso, houve vaias ao pastor André Valadão como forma de rebater as falas preconceituosas dos últimos dias. No início de junho, ele fez um culto com o tema “Deus odeia o orgulho”, nos Estados Unidos. No último domingo (2), também durante uma pregação, Valadão disse que, se pudesse, “Deus mataria” a população LGBTQIA+ e falou para fiéis “irem para cima”.
Estiveram no ato o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) e a Ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara. Além deles, os parlamentares Bella Gonçalves (PSOL), Célia Xacriabá (PSOL), Dandara Tonantzin (PT), Iza Lourença (PSOL), Gabriel (Sem partido), Cida Falabela (PSOL), Rogério Correia (PT) e Pedro Patrus (PT) também marcaram presença no movimento.
Respeito à população LGBTQIA+
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, falou que olhar para as pessoas da comunidade é um dever não só do poder público, mas de toda a população. Além disso, o chefe do executivo anunciou a criação da Comissão Municipal dos Direitos humanos e Cidadania LGBT+, que vai propor políticas públicas para essa população.
“Nos incomoda muito a insegurança, a falta de oportunidade, o desrespeito à dignidade [contra a comunidade]. E esse ato nos faz olhar de forma diferente. Temos aqui milhares de seres humanos que precisam de atenção e cuidado”, afirmou.
A ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, afirmou que toda conquista da comunidade LGBTQIA+ é resultado de muita luta, mas que esse tipo de mobilização é que faz o reconhecimento acontecer.
“Há muitas pessoas vítimas de homofobia, de LGBTfobia, e é preciso chamar a atenção da sociedade para respeitar todas as formas de pessoa, todas as formas de ser humano e que a nós cabe estar junto, apoiar e continuar avançando”, disse a ministra.
Ao lado, a deputada federal eleita por Minas Gerais, Célia Xacriabá (PSOL), acrescenta que os povos indígenas sentem na pele a ausência das políticas públicas, por isso somam força com o movimento.
“Entendemos que demorou 200 anos para ter as primeiras mulheres trans no Congresso Nacional. Nós não temos problema com a diferença, nós temos é com indiferença. Sai com a transfobia, a homofobia e o racismo que a gente vai passar com a diversidade”, afirmou a deputada.