Preso suspeito de assassinar jovem lésbica com requinte de crueldade
A vítima foi encontrada em 10 de dezembro com olhos, pele do rosto, orelhas e couro cabeludo arrancados. A brutalidade do assassinato é própria de crimes de ódio.
A Polícia Civil do Maranhão prendeu, nessa quarta-feira (31/1), um suspeito de envolvimento na morte de Ana Caroline Sousa Campêlo, de 21 anos. A jovem foi encontrada em 10 dezembro do ano passado com olhos, pele do rosto, orelhas e couro cabeludo arrancados em Maranhãozinho (MA). O requinte de crueldade do crime é próprio de crimes de ódio, o que levou movimentos sociais a acreditarem que se tratou de lesbofobia.
O suspeito é Elizeu Carvalho de Castro, de 32 anos. Antes de cometer o crime, ele teria seguido a jovem, que havia se mudado para o município havia poucos meses, para morar com a namorada.
No começo do mês, o corpo de Ana Caroline foi exumado pela Perícia Oficial do Maranhão, uma vez que a Polícia Civil argumentou que a jovem foi enterrada sem ter passado por exame criminalístico. Os restos mortais foram retirados de Centro do Guilherme (MA), cidade natal da vítima, e enviados para a capital São Luís.
Mobilização social
O assassinato violento da jovem repercutiu nas redes sociais. Na ocasião do crime, militantes, políticos e intelectuais ligados à causa LGBTQIA+ exigiram das autoridades uma apuração rigorosa do caso.
“Ana Caroline teve sua vida e seus sonhos interrompidos no último domingo por um homem desprezível e lesbofóbico que está ciente da impunidade masculina em casos de feminicídio contra lésbicas. Exigimos das autoridades que a justiça seja feita não apenas para o caso de Ana Caroline, mas também que ocorram ações efetivas para combater o massacre de mulheres lésbicas que vem ocorrendo e sendo silenciado há anos”, publicou a filósofa e escritora Márcia Tiburi.
Daiana Santos (PCdoB-RS), deputada federal lésbica pelo Rio Grande do Sul, também lamentou mais um crime de ódio contra a mulher lésbica. “Me dói ter que noticiar mais uma morte, porque a gente está cansada de falar das nossas só depois da tragédia. Cada corpo que cai é a vitória da impunidade. É isso que temos que impedir”, afirmou a parlamentar.