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Música

Liniker entra pra história como a primeira artista trans a vencer um Grammy

Cantora e atriz levou o gramofone de ouro de melhor álbum de música popular brasileira, superando Caetano e Marisa Monte.

Liniker durante premiação ao vencer o Grammy Latino. (Foto: Reprodução/Recording Academy)
Liniker durante premiação ao vencer o Grammy Latino. (Foto: Reprodução/Recording Academy)

A cantora e atriz brasileira Liniker fez história nesta quinta-feira (17) ao vencer o Grammy Latino de melhor álbum de música popular brasileira. Ela é a primeira artista assumidamente trans a levar um gramofone de ouro. “Algo histórico acontece hoje para o meu país”, discursou ela, que foi aplaudida de pé durante a premiação em Las Vegas.

Para levar a melhor com o álbum Indigo Borboleta Anil, Liniker teve que superar concorrentes de peso. Estavam com ela na categoria Chico Chico (Pomares), João Donato e Jards Macalé (Síntese do Lance), Ney Matogrosso (Nu com a Minha Música), Marisa Monte (Portas) e Caetano Veloso (Meu Coco). Ao tomar o palco, a estrela da série Manhãs de Setembro se emocionou.

“Eu sou Liniker. Sou uma cantora, compositora e atriz brasileira. Hoje algo histórico acontece para a história do meu país: é a primeira vez que uma artista transexual ganha um Grammy!”, disse ela, em espanhol, arrancando aplausos da plateia. Liniker não segurou a emoção e teve de se recompor para poder agradecer à equipe. “Eles estão comigo desde o início, sonhando junto comigo. Muito obrigada a todos vocês! Estou muito feliz, façam barulho!”, pediu, falando em inglês no final.

Oficialmente, a primeira artista trans a vencer um Grammy foi Wendy Carlos, que levou três estatuetas em 1969. Apesar de ter se identificado com o gênero feminino desde a infância, ela teve medo de se apresentar como mulher e usou o nome artístico Walter Carlos até 1975. Como já tomava hormônios de readequação, inclusive, chegou a colar costeletas falsas e desenhar pelos no rosto com um lápis para parecer mais masculina. Wendy só se revelou oficialmente em uma entrevista publicada pela Playboy de maio de 1979, uma década depois de sua vitória na premiação.

O Grammy só abriu as portas para trans em 2019, quando Sophie (1986-2021) foi indicada a melhor álbum de dance e eletrônica. A escocesa teve um fim trágico menos de dois anos depois, ao cair acidentalmente de uma varanda em Atenas, na Grécia, enquanto tentava tirar uma foto da Lua.

A cantora Kim Petras, que fez história ao se tornar a primeira mulher trans a ocupar o topo da Billboard Hot 100, também foi nomeada ao Grammy 2023 pelo fenômeno Unholy, parceria com o cantor não-binário Sam Smith.

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